Na antiga Rússia, houve um dia em que o czar contraiu uma doença terrível! Pobre homem! Ele não tinha mais gosto por nada. A vida para ele era vazia e sem motivo. Todos os médicos do reino passavam por seus aposentos, mas nenhum conseguia curar a sua tristeza ... Até o dia em que um grande sábio encontrou finalmente um remédio.
— O czar pode se restabelecer — afirmou ele. — Para isso, basta ele encontrar um homem perfeitamente feliz, tirar a camisa dele e vesti-la. Assim nosso soberano ficará bom!
Sem mais demora, os emissários deixaram o reino em busca de um homem perfeitamente feliz. Mas — coitados! — encontrar um homem contente de tudo parecia impossível. Quem era rico, estava doente. Quem gozava de boa saúde, reclamava de sua pobreza ou de sua mulher e de seus filhos. Todos, sem exceção, lamentavam-se de alguma coisa na vida.
Então, um dia, passando na frente de uma casa de pinho paupérrima, o filho do czar ouviu uma voz vindo de dentro que dizia:
— Ah, que felicidade! Trabalhei direito! Comi bem! Agora já posso ir dormir. Que mais exigir da vida?
O filho do czar exultou de alegria. Finalmente ele havia encontrado a pérola rara.
Chamou seus servos e pediu que entrassem logo na casa daquele homem, comprassem a peso de ouro uma camisa e a levassem ao czar, seu pai.
Os servos se apressaram em entrar na casa para se apossarem da camisa do homem feliz, mas o coitado era tão pobre que não tinha nenhuma camisa no corpo!
Conto da Europa Central.
Fábula retirada do livro "Fábulas Filosóficas", de Michel Piquemal e Philippe Lagautrière*
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